SECÇÃO LIVRE
BARRIGUDA
É a povoação de Barriguda, no município de Martins, um dos pontos
comerciais do Sertão do Estado.
Demora a margem direita do
riacho que lhe dá o nome, cujas águas permamentes são das melhores que há no
sertão.
É atravessada por uma
estrada comercial que faz trânsito de uma parte do sertão do Rio do
Peixe-Estado da Paraíba, para o porto de Mossoró, e tem, além disso, populosos
arredores.
Se, por felicidade das
barrigudenses, desaparecem certos abusos
que se praticam ali, se quais tive ocasião de presenciar num dos dias de feira
que assisti na Varriguda, o seu comércio criado a pouco tempo. Em dezembro do
ano atrazado, poderá ser, mais tarde, um dos melhores comércio do sertão do Rio
Grande do Norte.
Distante oito léguas da
cidade de Martins, nove de Pau dos Ferros, onde de Luís Gomes, oito do Catolé
do Rocha e des da cidade de Sousa, Estado da PARAÍBA, É BARriguda o ponto médio
Comercial para e qual converge gente de todos esses lugares.
Dentre de abusos que se
praticam presencie os seguintes: Um povo, em quase sua totalidade, armado de
faca e ounães, com rara exerção apenas; o jogo de parada por quase todos os
contos da rua, mesmo na latada da feira. A danificar o comercio ; aa má
localização da feira em local pessimo, impróprio para as estações invernosas – portanto
muito prejudicial a saúde; a arrecadação, sem forma, dos impostos pelo Coletor
e o tal procurador da intendência, que recebiam do contribuinte a quantia
importa entregando ao mesmo um pepulucho manuscrito, muito mal feito, quando
deviamm dar ao pagador os talões impressos das respectivas recebodorias.
Devido a essas outras
irregularidades que se dão ali, muitos homens que trabalham para o aumento e
prosperidade do lugar, em cujo empenho se esforçaram, na convicção de que se
tratava de coisa séria, vão deixar a concorrência da Barriguda, e, segundo
informou-se e distinto cidadão conhecedor de todos passados dalí, já vão diminuindo muito as feiras.
Ora, pois, são costumem
contrários, a rasão, que por todaparte se vê, o principal motivo de tamtas
desordens que há no mundo, coja confusão bem por fim o regresso geral das
coisas.
Por minha vez, porque gosto
do comércio, por cujo motivo simpatisei a Barriguda, sinto profundamente se o
tal lugarejo voltar para o calçado velo.
15 de março de 1905 – Um
passageiro
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